Problemas com o pai: psicologia, causas, sinais, tratamento

Durante a infância, algumas pessoas desenvolvem relacionamentos distantes com seus pais, ou até mesmo não têm relacionamento algum. Por outro lado, há quem tenha uma proximidade tão intensa que o relacionamento se torna prejudicial. Ambas as situações podem contribuir para o desenvolvimento do que popularmente chamamos de “problemas com o pai”. Embora esse termo seja utilizado com frequência, é importante ressaltar que “problemas com o pai” não são um diagnóstico oficial de saúde mental.

Este artigo explora a psicologia por trás dos problemas com o pai, os sinais que podem indicar sua presença em você ou em alguém que você conhece, e por que é importante cultivar relacionamentos saudáveis com figuras paternas. Além disso, você aprenderá se os problemas com o pai podem ou não ser tratados.

Por que algumas pessoas tem problemas com o pai?

Alguns indivíduos enfrentam problemas com seus pais devido a experiências difíceis durante a infância. Relacionamentos conturbados com os pais podem resultar em dificuldades para se relacionar com outras pessoas na vida adulta. Quando os pais são negligentes ou abusivos, os filhos podem desenvolver um estilo de apego inseguro.

Em relação ao termo “problemas com o papai”, há diferentes perspectivas entre os terapeutas. Alguns podem não gostar da expressão, pois não querem que a criança seja culpada pelos problemas dos pais. Outros acreditam que é importante reconhecer que todos somos afetados pela forma como fomos criados.

Relacionamentos prejudiciais entre pais e filhos podem gerar desconfiança e incerteza, contribuindo para problemas com o pai mais tarde na vida.

O que faz com que alguém desenvolva problemas com o papai?

Alguns fatores podem desempenhar um papel no desenvolvimento de problemas com o pai:

  1. Laços estreitos prejudiciais à saúde: Embora seja positivo ter um relacionamento próximo com uma figura paterna, em certos casos, essa proximidade pode ultrapassar os limites saudáveis, tornando-se prejudicial.
  • Um vínculo muito próximo pode indicar que o pai favoreceu ou tratou o filho de forma especial, possivelmente mimando-o.
  • É possível que a criança se assemelhasse mais ao pai do que aos irmãos, o que poderia resultar em recompensas especiais.
  • Um motivo para um vínculo excessivamente próximo e prejudicial com a figura paterna pode ser se, durante o crescimento, o pai tratou o filho de forma inadequada, às vezes até como um parceiro romântico. Isso poderia expor a criança a abusos mentais, emocionais ou sexuais.

Pais ausentes também podem contribuir para problemas com o pai:

  • Pai fisicamente ausente: Algumas pessoas com problemas com o pai cresceram com um pai que raramente estava presente. Isso pode ocorrer porque o pai trabalhava muito, deixou a família ou estava ausente devido a problemas com drogas ou álcool.
  • Pai emocionalmente indisponível: Mesmo que o pai esteja fisicamente presente, ele pode ser emocionalmente distante, deixando feridas emocionais significativas.

Para lidar com essa ausência, alguém pode buscar constantemente atenção e validação de figuras paternas substitutas para preencher esse vazio. Eles podem procurar aprovação, conselhos ou companhia desses indivíduos mais velhos para compensar a falta de proximidade física e emocional que desejavam na infância.

Abuso sexual é um fator sério que pode contribuir para problemas com o pai:

  • Vulnerabilidade das crianças: Crianças pequenas são vulneráveis e dependem dos pais para estabelecer limites apropriados. Infelizmente, alguns adultos ultrapassam esses limites, podendo incluir pais, padrastos ou outras figuras paternas.
  • Sentimentos complicados: O abuso sexual cria sentimentos complexos nas crianças. Por um lado, elas podem querer amar a figura paterna por momentos positivos, como brincadeiras e cuidados. Por outro lado, sofrem devido ao abuso.
  • Culpa e vergonha: Crianças vítimas de abuso muitas vezes se culpam pelo que aconteceu. Essa experiência traumática pode causar vergonha e aumentar o risco de desenvolver depressão e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).

Sinais de problemas com o pai podem incluir:

  • Preferência por parceiros mais velhos: Uma pessoa com problemas com o pai pode sentir atração apenas por homens mais velhos ou por figuras paternas substitutas. Se houve uma relação pouco saudável com o pai ou se ele estava ausente por vários motivos, os homens mais velhos podem parecer mais atraentes para namorar ou casar.
  • Sentimento de proteção: Estar em um relacionamento com alguém mais velho pode fazer com que a pessoa sinta que tem alguém que a protegerá. Conscientemente ou não, eles podem ansiar pelo amor que nunca receberam do pai. Além disso, podem buscar um homem mais velho que seja financeiramente estável, confiante ou que pareça estar no controle.

Se a pessoa era a “menina dos olhos do pai”, ela pode querer replicar esse tipo de relacionamento e buscar um parceiro que a adore da mesma forma. No entanto, um relacionamento saudável envolve uma compreensão e respeito mútuos, sem que um parceiro coloque o outro em um pedestal.

O perigo de relacionamentos com grande diferença de idade está na possibilidade de uma dinâmica de poder distorcida. Namorar uma figura paterna muito mais velha e bem-sucedida pode colocar a pessoa em uma posição mais passiva ou vitimizada.

Se os indivíduos não foram criados em um ambiente amoroso e consistente por seus primeiros cuidadores, podem enfrentar dificuldades em estabelecer relacionamentos significativos na vida adulta. Um sinal de problemas de apego é a manifestação excessiva de ansiedade ou ciúme.

Alguém com problemas com o pai pode estar constantemente preocupado com a possibilidade de seu parceiro estar saindo com outra pessoa ou pode imaginar que outras pessoas estão flertando com seu parceiro.

Enraizada no medo do abandono, essa necessidade insaciável de receber amor pode se manifestar na constante busca por afeto, atenção ou aprovação. Embora a pessoa esteja realmente ansiosa por uma conexão e apego profundos, ela muitas vezes busca isso de maneiras pouco saudáveis. Isso pode incluir perguntar repetidamente ao parceiro se estão com raiva, por exemplo, ou constantemente questionar se tomaram a decisão certa. Com o tempo, isso pode prejudicar o relacionamento.

Outro sinal de problemas com o pai é a necessidade de estar em um relacionamento a qualquer custo. Essas pessoas podem pular de um relacionamento para outro porque têm medo de ficar sozinhas.

No entanto, aqueles que temem ser abandonados podem acabar afastando seus parceiros se constantemente necessitarem de garantias ou questionarem o amor que recebem.

Além disso, pessoas com problemas com o pai podem estar tão acostumadas a relacionamentos disfuncionais que acabam repetindo padrões tóxicos ao longo do tempo.

Assim, é possível que busquem consistentemente relacionamentos prejudiciais porque isso é familiar para eles.

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